domingo, 20 de outubro de 2013

Frase da contadora de histórias Dany Danielle em seu perfil no Facebook sobre o encontro da Contação de Rua em João Pessoa.

"Hoje um carro de som estacionou ao lado da praça, no meio da história, e a contadora teve que competir com ele (humanamente impossível) para que as crianças pudessem ouvir, ficando assim, totalmente sem voz! — feeling down".


Fico muito chateada com isso. A expressão da Dany Danielle na foto nos diz muito sobre a situação. Poluição sonora é um problema extremamente agressivo para quem está tentando trabalhar, estudar e no caso da Dany, tentando fazer uma atividade bonita, cultural, lúdica e instrutiva com as crianças da cidade de João Pessoa, na praia que deveria ser um lugar de sossego e de alegre convivência. Entendo e me solidarizo com a Dany que vem fazendo esse trabalho maravilhoso de valorização da infância, com o resgate de brincadeiras maravilhosas que reforçam valores e estimulam a imaginação. É muito desagradável ter que parar tudo ou ter uma atividade tão bacana interrompida por causa de um carro com som alto. Se para os adultos já é uma situação lamentável, imagina para as crianças. Uma tremenda decepção. Ficará marcado na memória delas como é insuportável e agressivo esse hábito horrível que está tomando as ruas das cidades.

É de conhecimento comum que a poluição sonora além de atrapalhar o cotidiano das pessoas é prejudicial à saúde, e pode levar à sérios problemas tanto físicos como gerar distúrbios psicológicos. Conforme acompanhamos pelas notícias muitas cidades têm combatido de maneira eficaz os barulhos gerados ilegalmente, mas outras cidades não encaram o assunto seriamente, como uma das questões essenciais para a qualidade de vida dos moradores e também para a convivência pacífica da coletividade.

Algumas bibliotecas em Curitiba já tem sua rotina afetada pela poluição sonora de carros com som alto, e outros tipos de volumes excessivos que poderiam ser evitados como por exemplo, caminhões de trio-elétrico em circulação anunciando as promoções de lojas e muitos estabelecimentos que insistem em ostentar amplificadores na portas na tentativa de atrair mais clientes. Em 4 bibliotecas diferentes (duas no Centro de Curitiba, uma no Campo Comprido e outra no Portão) a sonoridade excessiva incomoda leitores, frequentadores e principalmente os funcionários que precisam trabalhar e não tem como escapar da barulheira.

Esse hábito do som excessivamente alto em Curitiba e em outras cidades do Brasil está sendo levado para dentro dos shoppings que na briga acirrada pela clientela, querem ganhar o consumidor com volumes altíssimos. Além disso, as pessoas sofrem com o barulho de construções de edifícios que atravessam dias e noites gerando poluição sonora, obras e reformas feitas durante o final de semana e nos feriados sem respeito algum aos horários dos vizinhos que moram ao redor. Também tem o incômodo das aglomerações de pessoas ouvindo som alto em postos de gasolina e em frente de estabelecimentos comerciais, alarmes de casas, lojas, farmácias e mercados que disparam e não são desligados durante horas, motocicletas com escapamento aberto, dj’s dos ônibus, todos esses casos citados contribuem com a poluição sonora disseminada pela cidade que prejudica a saúde de seus moradores. O comportamento básico requerido para uma convivência coletiva aprazível entre vizinhos, comerciantes e demais moradores da cidade caiu em desuso. Som alto atrapalha demais os estudos, o trabalho, a contação de histórias, os leitores e funcionários de bibliotecas. É triste ver isso acontecer.

Vamos tentar viver de maneira mais harmoniosa, afinal todos têm filhos e pessoas idosas nas suas famílias, todos precisamos trabalhar e temos nossos compromissos e o som alto atrapalha todas essas atividades. É essencial que a convivência entre as pessoas seja valorizada e encontre um equilíbrio.

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